sábado, 5 de dezembro de 2009

Conservação da Biodiversidade

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92), em 1992, cerca de 175 países, incluindo o Brasil, assinaram a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), que foi ratificada em 1994, pelo Brasil. A partir daí foram traçados planos de estratégia para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, de modo a atender as exigências da CDB.


O Pantanal possui características únicas no planeta. Com uma área de 140 mil km2 - apenas no território nacional - está localizado nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas chega até a Bolívia e o Paraguai. Compartilha fauna e flora da Amazônia, do cerrado e do charco (área alagada). Apesar de sua inegável importância, apenas 0.55% de seu território é protegido por meio de Unidades de Conservação federais.
Com a finalidade de conservar a biodiversidade da região a
Fundo Mundial para a Natureza (WWF) , uma organização não-governamental norte-americana, iniciou em julho de 1998 o projeto Pantanal para sempre que envolve diversos estudos científicos, além de mobilizar a sociedade nas questões ambientais e procurar assegurar o compromisso dos setores públicos e privado no financiamento e políticas públicas para apoiar a conservação. Está previsto para este mês, a divulgação das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade na região do pantanal.

A região da caatinga corresponde a uma área de cerca de 734.478 km2 e inclui parcialmente os estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. O bioma faz parte de um ecossistema que restringe-se ao Brasil. Geralmente tem sido descrito como tendo baixa biodiversidade, com poucas espécies endêmicas (que ocorrem apenas naquela região) e, portanto, de baixa prioridade para conservação. No entanto, a região é ainda pouco estudada, e há pesquisadores que contestam esse dado. Segundo a professora Maria Jesus Nogueira Rodal, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, já foram identificadas cerca de 300 espécies de plantas típicas da caatinga. Atualmente ela vêem desenvolvendo um projeto que analisa a diversidade em comunidades vegetais da caatinga, dentro de uma da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Maurício Dantas, em Pernambuco, e que encontrou vestígios de que este bioma é formado por um mosaico vegetacional (grande heterogeneidade espacial de espécies).
Infelizmente, apenas 3.56% da área deste bioma está protegida como unidades de conservação federais. As RPPN exercem papel de grande importância na preservação da caatinga. Nos últimos anos vêm crescendo o interesse de proprietários rurais em ter parte de sua propriedades protegidas. Hoje, existem cerca de 24 RPPN, sendo que metade tem acima de 1.000 hectares.
O cerrado atinge 10 estados brasileiros, numa área que corresponde a 22% do território nacional. Considerado um hotspot (áreas em que há alto grau de endemismo) da biodiversidade, o cerrado tem importância fundamental já que é uma área transitória entre a floresta Amazônica, a caatinga e a Mata Atlântica. Entretanto, tem sido muito explorado por agricultores e pecuaristas. "Realmente, a pressão econômica em cima do uso dessas áreas é muito grande. A proteção que é dada é tão frágil que a não ser que tenha uma mudança relativamente rápida, acho que será muito difícil preservar áreas de cerrado", alerta o botânico, George shepherd, da Unicamp.
Poucas são as reservas do cerrado. Dependendo da localização, existe uma diversidade diferente de espécies. Cerca de 44% das espécies de plantas são endêmicas. Para shepherd, o cerrado é a vegetação que mais está desaparecendo. Trata-se de uma vegetação extremamente vulnerável, já que é de fácil cultivo.
A Fundação Emas, ONG que reúne a administração do Parque das Emas e a Conservation International do Brasil (CI), vêm desenvolvendo o projeto Corredor Pantanal e Cerrado, próximo ao Parque Nacional das Emas, em Goiás. A área é considerada chave para a conservação do cerrado. O projeto, iniciado em 2000, deverá ser concluído em 2005. Conta com um investimento de cerca de U$5 milhões, administrados pela CI e distribuídos entre os colaboradores do projeto: Ibama; Embrapa; outras ONGs; a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (GO, MS); a Universidade Federal de Goiás, entre outros.



A idéia da criação do corredor objetiva conhecer a biodiversidade local e garantir que as populações existentes em torno do parque tenham chance de contato com as populações animais e vegetais do Pantanal, para que haja maior fluxo gênico. Este fluxo é fundamental para preservar as diferenças gênicas existentes em uma mesma espécie, essencial para garantir a sua sobrevivência e adaptação a possíveis mudanças do ambiente.
A principal estratégia para facilitar o corredor é a utilização da legislação existente, sem necessidade de desapropriação de terras. Isso significa fazer uso das áreas de reserva legal, preservação permanente (que engloba beira de rio, encosta, área de declividade, topo de morros), além de mais 20% das áreas privadas, que também são destinadas à preservação permanente, embora a maioria dessas propriedades ainda não esteja legalizada.



Distribuída por 17 estados brasileiros, a Mata Atlântica é hoje o bioma mais ameaçado do Brasil. Hoje encontra-se em áreas fragmentadas equivalente a 7,6% da área original, muito embora ainda seja responsável por uma parcela significativa da biodiversidade brasileira, com grande incidência de espécies endêmicas. O Projeto "Mata Atlântica: Avaliação dos esforços de Conservação, Recuperação e Uso Sustentável dos Recursos Naturais" é um dos primeiros a reunir e cadastrar as experiências realizadas por órgãos públicos, ONGs, empresas públicas e privadas, universidades, escolas, instituições de pesquisa, movimentos sociais, sindicatos, associações profissionais, cooperativas e demais organizações, nos últimos dez anos. O projeto é uma aliança entre o SOS Mata Atlântica e a Conservation International do Brasil.
Embora, a cada ano, mais projetos de conservação e uso sustentável da biodiversidade são desenvolvidos no país, ainda faltam informações mais precisas, como informações geográficas, para as espécies que são documentadas. Segundo o botânico shepherd, mesmo para São Paulo, provavelmente um dos estados em que se tem melhor conhecimento da biodiversidade, ainda está muito longe de ter o que poderíamos chamar de conhecimento da flora. "Ainda usamos a Flora Brasiliensis (livro de taxonomia floral publicado em 1840) como base para muitas pesquisas de identificação. Demorou mais de 60 anos para ser terminado e consta cerca de 22 mil espécies". shepherd fez várias estimativas para a quantidade de espécies de plantas no Brasil e o mais próximo que chegou foi algo em torno de 45 mil espécies, talvez 50 mil de plantas superiores, que produzem sementes, dependendo de como a estimativa for feita.

O Projeto Tamar, criado em 1980 em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é uma das inciativas que está dando certo. Em mais de 20 anos de existência equipes profissionais, que contam com a participação das comunidades locais, conseguiram manter vivas em torno de 4 milhões de tartarugas marinhas, ameaçadas de extinção. Na lista de espécies em risco estão a tartaruga oliva (Lepidochelys olivacae), a cabeçuda (Caretta caretta), a verde (Chelonia mydas), a de pente (Eretmochelys imbricata) e a de couro (Dermochelys coriacea). Foram anos buscando formar uma consciência geral e que envolveram as comunidades, universidades, centros de pesquisa, empresas e parcerias que dão sustentação às ações.

No Norte do País, existem os projetos do Peixe-Boi e o de proteção de quelônios (tartarugas) de água doce, que também funciona em Goiás - na vazante dos rios da Bacia Amazônica e as sub-bacias dos rios Araguaia e Tocantins - e no Mato Grosso. Em 21 anos, o Projeto Quelônios soltou na natureza mais de 30 milhões de filhotes de tartarugas - como a da Amazônia e a tracajá -, como informa o biólogo Isaías José Reis, técnico da área de criação de quelônios em cativeiro do Centro Nacional de Quelônios da Amazônia (Cenaqua/Ibama), sediado em Goiânia (GO).
Ele destaca que os turistas e os pescadores são os que mais dificultam o trabalho. Na região Norte, esclarece o biólogo, existe o costume de se comer tartarugas (que já começam a ser servidas também em restaurantes de outros estados). Criações comerciais, monitoradas pelos técnicos, procuram evitar a pesca predatória. A médica veterinária e integrante da coordenação da área técnica do Cenaqua, Vera Lúcia Ferreira Luz, diz que há 80 criadouros comerciais registrados no Norte e no Centro-Oeste, 21 deles em fase de comercialização. O objetivo é educar a população para proteger as espécies e para fazer o manejo de maneira autônoma. Há, nas duas regiões, 115 sítios reprodutores de quelônios.
Com mais de 20 anos, o Projeto Peixe-Boi levou pesquisadores, técnicos e fiscais a dar ao peixe-boi chances de sobrevivência, sustentado por estudos, campanhas educativas e dedicação das pessoas envolvidas. Em 1998, o Centro Peixe-Boi/Ibama transformou-se em Centro Nacional de Pesquisa, Conservação e Manejo de Mamíferos Aquáticos, voltado para a proteção dos dois tipos de peixe-boi encontrados no País, o peixe-boi marinho, na costa nordeste, e o peixe-boi da Amazônia. No entanto, a população desses animais ainda diminui com o passar do tempo, devido à degradação do seu habitat.
O estado do Paraná, apesar de ter uma costa marinha reduzida, sedia vários projetos de preservação de golfinhos, jacarés, aves e a criação de recifes marinhos artificiais. Os responsáveis são, desde 1997, a ONG Ecoplan, em conjunto com o Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Assim, busca-se garantir a sobrevivência de vários peixes, entre eles o mero, que pode pesar até 250 quilos e está na lista de animais em extinção. Por meio da recriação de ambientes naturais, permite-se a existência de outros animais, como esponjas, crustáceos, pequenos corais e moluscos.



Apesar da intangibilidade da natureza e da dificuldade em quantificar seu valor, existem várias iniciativas acadêmicas, nacionais e internacionais de ongs ou governamentais que buscam determiná-lo. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está desenvolvendo desde 1999, com assessoria de consultores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) , um projeto para calcular o valor da biodiversidade brasileira, como parte do Programa de Valoração Econômica da Natureza, incluído no Programa Plurianual do governo.

Manter a biodiversidade contribui para deter o aquecimento global

Conservar a biodiversidade também é conservar o clima. As florestas são como uma máquina de absorção de calor e de reserva de carbono. De 15% a 20% da água liberada pelos rios de todo o mundo vêm do rio Amazonas. O desmatamento é o principal responsável pelo Brasil estar em quarto lugar mundial entre os maiores emissores de gases de efeito estufa, os causadores do aquecimento do planeta.

O aquecimento global recente tem impactos ambientais intensos (como o derretimentodas geleiras e calotas polares), assim como em processos biológicos (como os períodos defloração)


Algumas conseqüências notáveis do aquecimento global foram já observadas, como oderretimento de geleiras nos pólos e o aumento de dez centímetros no nível do mar em umséculo. Uma tendência de aquecimento em todo o mundo, especialmente nas temperaturasmínimas, em grandes cidades do Brasil como São Paulo e Rio de Janeiro, pode ser agravadapela urbanização. Os modelos globais de clima projetam para o futuro, ainda com algum graude incerteza, possíveis mudanças em extremos climáticos, como ondas de calor, ondas de frio,chuvas intensas e enchentes, secas, e mais intensos e/ou freqüentes furações e ciclones tropi-cais e extratropicais.


A Terra sempre passou por ciclos naturais de aquecimento e resfriamento, da mesmaforma que períodos de intensa atividade geológica lançaram à superfície quantidades colos-sais de gases que formaram de tempos em tempos uma espécie de bolha gasosa sobre oplaneta, criando um efeito estufa natural. Ocorre que, atualmente, a atividade industrial estáafetando o clima terrestre na sua variação natural, o que sugere que a atividade humana é umfator determinante no aquecimento.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Fontes de Pesquisa

Autores relacionados com o tema da Biodiversidade


· Antonio Carlos S. Diegues


· Pinaldo S. V. Arruda


· Claudia Maria Costa Rocha


· Gisela Hermann


· Cassio Soares Martins


· Thomas M. Lewinsohn


· Paulo Inacio Prado


· Ricardo Mota Pinto Coelho


· Ricardo Ângelo Pereira de Lima




Sites relacionados com o tema Biodiversidade:






















Ministério do Meio Ambiente http://www.mma.gov.br/









Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade http://www.icmbio.gov.br/








Instituto Estadual de Florestas http://www.ief.mg.gov.br/












Instituto Biodiversidade Marinha http://biodiversidademarinha.org.br/





Obrigada.

Turismo e Biodiversidade

Entende-se por turismo nos dias de hoje, como uma atividade econômica, política, cultural e social, com importantes impactos ambientais.
Desde os primórdios a relação entre “Turismo e Ambiente” é bastante conturbada, partindo principalmente dos conceitos de ambiente, sustentabilidade e ecoturismo.
No ponto de vista de alguns estudiosos, entre outros interessados pelo assunto a atividade turística está ligada, diretamente com o meio ambiente e é apontada como um dos principais depreciadores do ambiente explorado; enquanto outros pontos de vista defendem a idéia que está e uma maneira eficaz para proteção do meio ambiente.
Com a globalização paises de menor poder econômico identificaram no turismo uma forma de suprir algumas de suas necessidades.
O Brasil em especial, concentra em seu território a maior biodiversidade existente no planeta, qual vem sendo explorado desordenadamente com fins turístico.
Os impactos ambientais dos últimos anos decorrentes desta exploração são muito preocupantes.
Portanto os profissionais de turismo, o “Turismólogo”, devem criar uma nova postura ética ante ao meio ambiente, ou sua vitalidade sofrerá sérios problemas entre eles o esgotamento.
E de qual maneira viver esta nova realidade, uma vez que o meio ambiente e o desenvolvimento encontrão - se intimamente ligados?
Devendo os turismólogos a partir do principio turístico repensa – lo, pois o espaço é finito todas as atividades devem conscientizar – se desses limites.

Descrição
Os impactos ambientais decorridos das atividades turísticas devem - se ao mau planejamento, que em sua grande maioria é elaborado por profissionais das mais diversas áreas.
Alguns dos principais problemas em explorar o meio ambiente para fins turísticos são:
• Planos de manejo mal elaborados.
• Visitação desordenada (inexistência de planos turísticos).Estes pontos citados preocupam a integridade ecológica das áreas escolhidas para prática do ecoturismo. Os impactos criados pelo crescente número de visitação geram distúrbios que comprometem o ecossistema explorado para prática do turismo, interferindo diretamente na paisagem, alterando os ritimos da fauna e flora, toda está interferência gera a redução da biodiversidade ecológica, biológica, geológica e cultural da região.
E para que haja uma plena recuperação deste ecossistema e sua biodiversidade em condições mínimas aceitáveis, será acrescida de grande dificuldade.
Quanto aos impactos ambientais decorrentes da exploração desordenada e mal planejada, destacam - se três, sob a ação direta da sua utilização.
• Fauna - Os impactos em relação a fauna ainda não são bem conhecidos, mas sabe -se que existe uma alteração quanto ao número de espécies, tendo um aumento das espécies mais tolerante a presença do homem, uma diminuição aos mais sensíveis...
• Solo - Os principais impactos causados ao solo são: a compactação e a redução da capacidade de retenção de água pelo solo, alterando assim a capacidade de sustentar a vida vegetal e animal do ambiente, seguido pela erosão...
• Vegetação - Os impactos causados levam a extinção local de plantas por choque mecânico diretamente e indiretamente causado pela compactação do solo, a erosão deixa de maneira exposta às raízes das plantas comprometendo sua sustentação e tornando - as vulneráveis a contaminação de suas raízes por pragas, além das alterações que ocorrem no ambiente.
Análise Crítica

É imprescindível que seja realizado um estudo minucioso, a fim de colher informações necessária, para realização de um planejamento com bases sólidas, para se obter sucesso e reduzir os impactos ambientais que ocorrem com a exploração do meio ambiente.Para que este sucesso seja plenamente obtido faz -se necessário que uma comissão interdisciplinar seja montada, e que um turismólogo seja o pilar de orientação para o melhor desenvolvimento do trabalho, e que este trabalho seja desenvolvido em equipe com objetivos já definidos.

Preposições

Propõem - se que:

• Para execução de projetos turísticos, o mesmo seja elaborado e coordenado por um "Turismólogo".
• Seja realizado estudo de impactos ambiental.
• A elaboração de um Plano de manejo.
• Realize um trabalho de conscientização aos visitantes e a população local.
• Investimentos em novas tecnologias.
• Viabilização de projetos de recuperação e proteção da área explorada.
• A realização de Projetos de engenharia civil para minimizar o impacto ambiental causado pela visitação (ex. passarelas suspensas para evitar a degradação do solo).
Essas são alguns tópicos que devem ser utilizados, para elaboração de um projeto de ecoturismo a fim de evitar os impactos ambientais negativos que a atividade possa vim a causar. Medidas simples, mas que contribuíram e muito para preservação do meio ambiente.

domingo, 29 de novembro de 2009

O Meio Ambiental em Minas Gerais


Nas últimas duas décadas, temos presenciado um significativo crescimento dos movimentos ambientalistas e do interesse pela preservação ambiental. A população mundial tem mostrado que está cada vez mais consciente de que o modelo atual de desenvolvimento econômico, tanto em países desenvolvidos, como naquele em vias de desenvolvimento, está intimamente associado à degradação do meio ambiente, com impactos diretos na qualidade de vida e na própria sobrevivência da espécie humana.

Graças ao aumento do interesse pelas questões ambientais e aos recentes avanços tecnológicos e científicos, conhece-se mais sobre os problemas ambientais do que conhecia-se no passado. Isso, porém, não tem sido suficiente para deter o processo de degradação ambiental em curso.

O modelo de desenvolvimento atual, desigual, excludente e esgotante dos recursos naturais, tem levado à produção de níveis alarmantes de poluição do solo, ar e água, destruição da biodiversidade animal e vegetal e ao rápido esgotamento das reservas minerais e demais recursos não renováveis em praticamente todas as regiões do globo. Esses processos de degradação têm sua origem em um modelo complexo e predatório de exploração e uso dos recursos disponíveis, onde conceitos como preservação, desenvolvimento sustentável, igualdade de acesso aos recursos naturais e manutenção da diversidade das espécies vegetais e animais estão longe de serem realmente assumidos como princípios básicos norteadores das atividades humanas.

Dentro desse quadro de degradação ambiental, Minas Gerais não é exceção.
Nas áreas urbanas, os resíduos provenientes da queima do petróleo, fonte principal de energia para mover veículos, máquinas e equipamentos, e gases provenientes da atividade industrial, podem ser liberados para a atmosfera, com riscos de poluir o ar com substâncias potencialmente nocivas aos seres humanos e demais seres vivos.

Resíduos industriais, águas servidas (aquela que foi utilizada em residências) e os esgotos domésticos ainda são despejados diretamente nos cursos de água em grande parte do Estado.
Apesar das medidas mitigadoras de impactos ambientais introduzidas nas últimas décadas, os resíduos sólidos ainda se acumulam em lixões em partes das cidades de Minas.

No meio rural, o uso indiscriminado de agrotóxicos coloca em risco a vida de agricultores, seus familiares, consumidores dos produtos agrícolas, solo, água e toda a cadeia de organismos vivos que habitam esses meios.

Fertilizantes utilizados nas áreas agrícolas podem potencialmente provocar processos de eutrofização (elevação da quantidade de nutrientes presentes na água) dos mananciais e a contaminação do meio ambiente, como um todo, por metais pesados.

Dejetos provenientes da produção animal contaminam os rios e córregos, quando neles descarregados diretamente. A destruição da cobertura vegetal, a erosão dos solos, as queimadas, a superlotação das pastagens e o conseqüente processo de assoreamento dos cursos d’água são problemas comuns a todas as regiões de Minas Gerais.

Mesmo considerando os avanços que o Estado e os Municípios vêm obtendo em relação à preservação do meio ambiente, os problemas ambientais ainda existentes colocam para a geração atual algumas questões de solução bastante complexas:

Estamos realmente colocando em risco a vida, se não de todos, pelo menos de parte dos seres vivos que habitam este planeta?

Se o desenvolvimento é necessário, que preço estamos dispostos a pagar por ele?

Essas são questões relevantes e atuais que estão, cada vez mais, atraindo a atenção de organismos de estado, organizações não-governamentais e parcelas significativas da população, sejam elas organizadas ou não.
Em todas as regiões de Minas Gerais, grupos ambientalistas, associações e grupos de moradores, órgãos representativos de classes, prefeituras, câmaras de vereadores e organismos do Governo do Estado estão se articulando e desenvolvendo ações importantes e inovadoras de preservação e recuperação do meio ambiente. Esse crescente interesse e participação da sociedade na luta pela preservação é, sem dúvida, o elemento novo e fundamental no processo de reversão dos problemas ambientais atuais.

Recuperar e preservar o meio ambiente não pode e não deve ser uma tarefa exclusiva dos organismos de Estado, mesmo porque, a realidade tem mostrado que somente leis, normas, regulamentos e fiscalização punitiva por parte do Estado não são suficientes para deter o avanço do processo de degradação ambiental em curso.

As possíveis respostas para as questões que envolvem a compatibilização entre desenvolvimento e conservação / preservação passam necessariamente pela participação da sociedade civil, pelo coletivo. A população deve estar sensibilizada para o problema e disposta a contribuir, a trabalhar conjuntamente com os organismos governamentais no processo de uso sustentável, no controle e preservação dos recursos naturais.

Educação Ambiental


O que é educação ambiental?

Existem várias definições de educação ambiental. O Congresso de Belgrado, promovido pela UNESCO em 1975, definiu a Educação Ambiental como sendo um processo que visa:

“(...) formar uma população mundial consciente e preocupada com oambiente e com os problemas que lhe dizem respeito, uma população quetenha os conhecimentos, as competências, o estado de espírito, asmotivações e o sentido de participação e engajamento que lhe permitatrabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemasatuais e impedir que se repitam (...)” (citado por SEARA FILHO, G. 1987).

No Capítulo 36 da Agenda 21, a Educação Ambiental é definida como o processo que busca:

“(...) desenvolver uma população que seja consciente e preocupadacom o meio ambiente e com os problemas que lhes são associados. Umapopulação que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações ecompromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca desoluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos (...)” (Capítulo 36 da Agenda 21).

“A educação, seja formal, informal, familiar ou ambiental, só é completa quando a pessoa pode chegar nos principais momentos de sua vida a pensar por si próprio, agir conforme os seus princípios, viver segundo seus critérios” (Reigota, 1997). Tendo essa premissa básica como referência, propõe-se que a Educação Ambiental seja um processo de formação dinâmico, permanente e participativo, no qual as pessoas envolvidas passem a ser agentes transformadores, participando ativamente da busca de alternativas para a redução de impactos ambientais e para o controle social do uso dos recursos naturais.

O público da educação ambiental

Considera-se como objetivo da educação ambiental atingir o público em geral.
Parte-se do princípio de que todas as pessoas devem ter oportunidade de acesso às informações que lhes permitam participar ativamente na busca de soluções para os problemas ambientais atuais.

Didaticamente, divide-se as demandas de Educação Ambiental em duas categorias básicas:

Educação Formal: Envolve estudantes em geral, desde a educação infantil até a fundamental, média e universitária, além de professores e demais profissionais envolvidos em cursos de treinamento em Educação Ambiental.

Educação Informal: Envolve todos os segmentos da população, como por exemplo: grupos de mulheres, de jovens, trabalhadores, políticos, empresários, associações de moradores,
profissionais liberais, dentre outros.


Princípios da educação ambiental

De acordo com a Conferência de Tbilisi, os princípios que devem nortear programas e projetos de trabalho em educação ambiental são:

· Considerar o ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos naturais e artificiais, tecnológicos e sociais (econômico, político, técnico, histórico-cultural e estético);
· Construir-se num processo contínuo e permanente, iniciando na educação infantil e continuando através de todas as fases do ensino formal e não formal;
· Empregar o enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina, para que se adquira uma perspectiva global e equilibrada;
· Examinar as principais questões ambientais em escala pessoal, local, regional, nacional, internacional, de modo que os educandos tomem conhecimento das condições ambientais de outras regiões geográficas;
· Concentrar-se nas situações ambientais atuais e futuras, tendo em conta também a perspectiva histórica;
· Insistir no valor e na necessidade de cooperação local, nacional e internacional, para prevenir e resolver os problemas ambientais;
· Considerar, de maneira clara, os aspectos ambientais nos planos de desenvolvimento e crescimento;
· Fazer com que os alunos participem na organização de suas experiências de aprendizagem, proporcionando-lhes oportunidade de tomar decisões e de acatar suas conseqüências;
· Estabelecer uma relação para os alunos de todas as idades, entre a sensibilização pelo ambiente, a aquisição de conhecimentos, a capacidade de resolver problemas e o esclarecimento dos valores, insistindo especialmente em sensibilizar os mais jovens sobre os problemas ambientais existentes em sua própria comunidade;
· Contribuir para que os alunos descubram os efeitos e as causas reais dos problemas ambientais;
· Salientar a complexidade dos problemas ambientais e, conseqüentemente a necessidade de desenvolver o sentido crítico e as aptidões necessárias para resolvê-los;
· Utilizar diferentes ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para comunicar e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, privilegiando as atividades práticas e as experiências pessoais (Czapski, 1998).

Biodiversidade e ecossistema

Que tal começar a se interessar pela preservação da vida no planeta?

Você já escutou sobre as mudanças climáticas que acontecem no mundo e que estão deixando os cientistas muito preocupados. O clima anda tão maluco que estudos afirmam: o gelo do Ártico e da Antártica diminui a cada verão. Pior ainda, numa velocidade maior do que o previsto. E se pensa que isso não afeta a sua vida, está enganado. Com o derretimento, o nível dos oceanos aumenta. Muitas espécies de animais e plantas podem se extinguir e as mudanças climáticas – muito calor no verão e frio rigoroso no inverno – só pioram. Até porque tudo o que acontece em um lugar afeta o planeta inteiro, atingindo a biodiversidade e os ecossistemas de toda a Terra.
Vidas diferentes

De uma maneira bem simples, a gente pode falar que biodiversidade é toda a riqueza e a variedade que encontramos entre os seres que têm vida, no reino animal e vegetal.
• Qualquer planta, da árvore gigantesca até um minúsculo mato, todos os animais e os microrganismos que nos fornecem alimentos e remédios fazem parte da biodiversidade.
• Está presente em todo lugar: nos desertos, no alto das montanhas geladas, nas fontes, rios e mares.
• Os pesquisadores não sabem ao certo quantas espécies vegetais e animais há no mundo. Mas calculam que existam entre 10 e 50 milhões. Entretanto, desse universo, os cientistas conseguiram classifi car apenas 1,5 milhão de espécies. O Brasil é considerado o país campeão da biodiversidade porque aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão aqui.

Em harmonia


Mas para que milhões de vidas não acabem sumindo como os dinossauros, a natureza criou um esquema que os cientistas chamam de ecossistema.

• Ele organiza a convivência entre os animais, os vegetais, os microrganismos que vivem em um determinado ambiente, que pode ser o solo, a água ou a atmosfera. Em cada um desses meios, pode existir um, vários ou até milhares de ecossistemas diferentes entre si, mas que devem conviver em equilíbrio para que uns não “destruam” os outros.
• É mais ou menos como um condomínio, onde moram pessoas de vários países e muitas espécies de animais como cães, gatos, papagaios e passarinhos.
Se não houver regras para uma boa convivência, imagine só o caos que pode acontecer.
• Caso haja uma modificação em um único habitante desse ecossistema, todos os outros moradores do “condomínio” podem ser afetados. Por exemplo: um homem joga agrotóxicos nas plantações. Além de causarem doenças, por causa das chuvas, esses venenos podem contaminar os rios. Daí, os peixes acabam morrendo. Sem seu predador natural (o peixe), os insetos proliferam, atacam os homens, as plantações e os animais. Viu só que bagunça? Por isso, todo ser humano, tem o dever de preservar o meio ambiente.

Como você pode ajudar a preservar a fauna e a flora e auxiliar o ecossistema da sua região a manter o equilíbrio.
• Não jogue nenhum lixo nas ruas. Ele entope os bueiros, provoca inundações que trazem mais lixo para as ruas, o que, por sua vez, aumenta o número de animais nocivos à saúde.




• Plante, pelo menos, uma árvore e incentive seus amigos, familiares, vizinhos e conhecidos a fazer o mesmo. As plantas limpam o ar, pois diminuem a quantidade de monóxido de carbono na atmosfera. Esse gás é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa.




• Faça uma campanha na escola, no seu prédio, no seu bairro para que todos pratiquem a carona solidária. Com menos carros nas ruas haverá a diminuição da concentração de gás carbônico no ar.




• Por fim, acredite: se cada pessoa deste planeta se habituar a tomar atitudes como essas estará contribuindo para preservar a biodiversidade e cada espécie poderá viver em paz em seu próprio ecossistema.